domingo, 8 de setembro de 2013

Nasceu! - relato do parto


Sara nasceu! No dia 26 de agosto. Escrevi esse post durante uns 5 dias, eu acho, porque definitivamente a vida mudou. A prioridade agora é a pequena que, apesar de super calminha, exige os cuidados e atenções que todo recém-nascido pede.

Bom, o meu trabalho de parto iniciou no dia 25, domingo, mais ou menos umas 8h da noite. Estávamos o marido e eu em casa, assistindo TV, e comecei a sentir uma cólica junto com as contrações de treinamento, ou seja, já eram contrações de verdade. Já fiquei alerta! Mas, mesmo assim, pensei que pudesse não ser nada e que talvez passasse. Jantamos e resolvi ligar para o médico. Ele disse que achava que ainda não era trabalho de parto (?) e disse que, caso estivéssemos em dúvida, podíamos ir ao hospital. Mais tarde, resolvi deitar para ver se melhorava, porque a dor tinha aumentado.

Deitamos na cama lá pela meia-noite eu já tinha a noção de que talvez nossa pequena viesse ao mundo em breve. Lembro de ter pensado: Se for, daqui a algumas horas ela estará conosco! Fiquei um tempo deitada, conversando com o marido, mas a dor só piorou. Ele perguntou se eu queria ir para o hospital, mas eu disse que ainda não. Não queria ir até lá e ser um alarme falso.

Levantei da cama e fui pro chuveiro, pois tinha lido que isso aliviava as contrações. Realmente, deu uma aliviada. Fiquei alguns minutos ali na água quente, mas era uma noite muito fria e resolvi sair. Saí do chuveiro e disse pro marido que queria ir pro hospital.

Eu estava tão doida que quando vi ele pegando as malas, perguntei se ele já ia mesmo levar as malas. Hahahahaha! Bom, então fomos para o hospital por volta de 1h da manhã. Chovia e fazia muito frio - algo em torno de 10 a 5 graus, não sei ao certo - e, mesmo bem agasalhada, eu sentia muito frio. Acho que era nervosismo.

No hospital, fui examinada pelo obstetra de plantão, que disse: Está com 5cm de dilatação. Uau! Nessa hora ganhei coragem, afinal, isso era metade do trabalho de parto e eu tinha suportado muito bem. Me mandaram para uma salinha enquanto o marido preparava minha internação.

Nessa sala, já me colocaram no soro com ocitocina e me deixaram deitada em uma cama. Perguntaram se meu obstetra viria fazer meu parto, eu disse que achava que sim. Mas eles ligaram pra ele e me informaram que ele não viria. Fiquei revoltada! Mas não pensava em mais nada, queria que tudo terminasse e iria fazer o parto com o médico do plantão, sem problema nenhum.

As contrações foram ficando cada vez mais doloridas. Pedi para sentar, levantar, mas não achava mais posição confortável. Fizeram também a raspagem dos pelos e lavagem intestinal, com a introdução de um gel, bem tranquilo. Meu marido estava em uma sala separada e de vez em quando deixavam ele vir me ver. Acho que eu devo ter apertado muito a mão dele!

A dor realmente estava ficando insuportável. Às 4h 45min (tinha um relógio na parede bem na minha frente), o obstetra voltou para me examinar. Novamente boas notícias: 8cm de dilatação! Minha bolsa não tinha rompido ainda, então ele fez isso.

Nesse estágio, eu já estava me entregando para a dor e pedi anestesia. Nesse instante, me informaram que meu plano não cobria. Meu Deus, quase entrei em pânico, eu achava que não iria mais aguentar nenhum minuto! Chamei meu marido e disse pra ele fazer particular, eu não aguentava mais. O médico e as enfermeiras tentavam me convencer do contrário, disseram que faltava pouco agora, que eu já tinha aguentado até ali. Mas nada me convenceu e chamaram o anestasista. Hoje vejo que realmente faltava muito pouco, apesar de ter perdido a noção da hora, porque quando ele começou a aplicar a anestesia, já na sala de parto, eu comecei a sentir vontade de empurrar. Mesmo assim, não me arrependo. Em minutos, as contrações diminuíram acho que uns 80%.

Todos se posicionaram na sala. Surgiu uma mulher do meu lado, provavelmente enfermeira, que me dizia para eu respirar fundo entre as contrações e quando elas viessem, fazer uma força só, sem parar para respirar. Ouvia a voz do meu marido próximo da minha cabeça, mas não tinha mais noção das pessoas que estavam ali. Não sei muito bem em que momento, mas ele aplicou anestesia local para fazer o corte (episiotomia). Senti apenas a picadinha da agulha, nada demais.

Comecei a fazer força. Não sei quantas vezes fiz, talvez umas 5, 6 vezes, perdi um pouco a noção. O marido perguntou alguma coisa para o médico e ele disse: Já está nascendo, já estou vendo os cabelos. E meu marido: Cabelos?? Hahahaha, ele achou que nasceria carequinha, como eu era quando criança.
O médico disse para eu continuar, fazer mais uma força bem grande para sair a cabeça, que o restante ele puxava. Eu não sentia dor da expulsão, sentia apenas que tinha algo "entalado". Fiz bastante força e senti que saiu! Olhei o relógio na parede: 5h 55min. O médico pegou ela e a colocou em cima da minha barriga. Meu Deus, fiquei totalmente sem ação! Elas estava toda encolhidinha. Me deram uma fraldinha e eu passei um pouco naquele corpinho tão pequeno. Eu não sabia o que fazer. Chorei.

Pegaram ela, colocaram um touquinha na cabeça, enrolaram em um cobertorzinho e colocaram no meu colo. Nessa hora tomei consciência do meu marido do meu lado que, a partir daí, saiu com ela para acompanhar a pesagem, medição, banho, etc. Nisso, eu permaneci na sala para o médico me limpar e fazer os pontos. Eu, que tinha suado apenas com aquele aventalzinho de hospital, comecei a tremer de frio, minhas pernas não paravam quietas. Terminado isso, me levaram para a sala de recuperação. Tinha uma televisão ligada que passava o jornal da manhã e a repórter disse que fazia 5 graus. Olhei pela janela e vi que a chuva continuava caindo e já era umas 7h. Colocaram dois cobertores em cima de mim e me senti muito bem, apesar do sono, afinal, tinha passado a noite em claro. Tentei dormir, mas não consegui.

Depois, trouxeram a Sara e colocaram ela do meu lado na cama para amamentar. O colostro já descia e eu fiquei ali com ela do meu ladinho. Ela era muito pequenininha! Nasceu com 2,140 kg e 46 cm. Acho que saí da recuperação por volta de 9h e fomos para o quarto. A partir daí, mais e mais alegrias. Visitas de toda a família, ligações, mensagens. Eu estava com muita fome e já me trouxeram o café da manhã. Mais tarde já fui tomar banho e o único incômodo que eu tinha era dos pontos.

Sei que para os defensores do parto natural, o meu parto pode ter sido horroroso, com indução, analgesia, episiotomia, etc, etc. Mas, para mim, que queria fazer uma cesariana até mais ou menos a metade da gestação, foi uma conquista e uma superação. Claro que algumas coisas não ocorreram exatamente como imaginei - a não ida do meu obstetra e a demora para fazer a anestesia -, mas posso dizer que foi inesquecível. Hoje me sinto uma pessoa mais forte, é uma experiência e tanto! E ter aquele serzinho tão pequenininho conosco é a maior alegria de todas!

2 comentários:

  1. Camila, em primeiro lugar, parabéns pela chegada da sua princesa! Em segundo lugar uma bronca! (de brincadeirinha!) Menina, vc demorou para dar notícias, e eu entrando sempre para saber de novidades, o último relato foi com 38 semanas e eu esperando notícias! Bom demais saber que tudo correu bem, e o motivo da sua ausência é a presença da sua Sara! Agora todo dia vc terá uma novidade para contar (mas talvez falte tempo e disposição para os relatos por aqui!). Desejo tudo de bom para vc, seu esposo e sua princesa!!!
    Baci

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  2. Geeente vi seu blog na lista do "Minha mãe que disse" e já estou com vontade de ser sua melhor amiga! kkkkkkkkkkkkkk Tive meu filho muito próxima a Sara, dia 22/08/2013 e até hoje sinto um tormentinho do peso, tamanho, ele nasce com 2015g e 45cm, praticamente a Sara, com a diferença que vc conseguiu o parto normal, esperamos 14h com apenas 2cm de dilatação e acabou sendo cesária, já li quase toda sua estória de tentante, adorei mesmo seu blog, vou ler o resto quase que como um livro.

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